quarta-feira, 22 de junho de 2011

Caso para Osteopatia: Dor pós-trauma de ombro

Colocarei aqui, e tentarei ser breve, um caso típico para tratamento pela Osteopatia, para que se possa ilustrar a técnica. Esse caso apresentei na obtenção do Título de Especialista em minha pós. Segue um trecho da monografia:


Na segunda semana de agosto de 2006, o paciente J.J.S, de 40 anos, sexo masculino, procurou a clínica de fisioterapia por queixa de dor aguda no ombro esquerdo após queda em uma partida de futebol de salão, que ocorrera há cerca de 30 dias.

O paciente relatou ter aguardado por dois dias a melhora espontânea da dor, o que não ocorrera. Após procurar atendimento médico, recebeu o diagnóstico de bursite, a qual foi prescrito antiinflamatório e fisioterapia. Segundo o paciente, após outras visitas ao médico e alguns diferentes tipos de antiinflamatórios, não houve melhora da dor. Relata ter recebido cerca de 20 sessões de fisioterapia convencional, onde as dores melhoravam por um curto período de tempo (cerca de 2 a 3 horas após a sessão) e pioravam em seguida.

Na primeira sessão de fisioterapia osteopática, destinada à coleta de dados e anamnese, o paciente apresentava o seguinte quadro clínico: dor que se iniciava em região cervical baixa, torácica alta, dirigindo-se para a região póstero-medial de ombro, braço, cotovelo e seguindo para o 5° dedo da mão esquerda, sugerindo trajeto nervoso de C8. Nesta sessão fora realizada o alinhamento vertebral da vértebra C7 (manobra tipo Thrust).





Na segunda sessão, o paciente relatou melhora significativa do quadro álgico, descrevendo o trajeto da dor como até a região do cotovelo, não mais até o 5° dedo. Foi examinada, então, a 1° vértebra torácica (teste de palpação da apófise espinhosa, teste das facetas articulares e teste dos polegares que sobem) e a 1ª costela esquerda, através do teste funcional da 1ª costela e teste de Adson. A conclusão foi de que a T1 apresentava-se em ERS (Extensão, rotação e inclinação, coisa prórpia da Osteopatia) à esquerda e a primeira costela esquerda bloqueada. Foi feita a manipulação da vértebra T1 e da 1ª costela, como mosta a foto em seguida.



Na 3ª sessão, 4 dias após a anterior, o paciente ainda descrevia dor, porém somente na região póstero-medial de ombro, braço e fossa axilar. Relatou melhora sensível da dor e alívio na região cervical, com melhora dos movimentos cervicais gerais. Descrevia um ponto de dor em torácica alta, precisamente em região de T1 e T2. A realização dos mesmos testes palpatórios descritos mais o teste de translação (3.6.4, pág.21) revelou T2 em ERS à esquerda, a qual foi manipulada conforme descrito no item 3.8.2 (pág. 28). Os testes para clavícula em anterioridade e posterioridade (pág. 24) foram realizados, porém com resultado negativo.



O paciente retornou para a 4ª sessão, uma semana após a sessão anterior, relatando “praticamente” [sic] desaparecimento do quadro álgico inicial. Apenas uma leve dor em trapézio superior, particularmente, maior à esquerda. Foi reexaminado através dos testes descritos e amplitude geral de movimento. Nenhuma lesão somática foi notada. O paciente foi tratado através de liberação de pontos-gatilho, pompage cervical e liberação miofascial da região cervical e torácica. Já não havia mais desalinahmentos articulares, restando então tratarmos os tecidos moles.

Olha um trechindo da Conclusão:

[...]

Em face dos achados clínicos encontrados nessa pesquisa e as conclusões citadas pelos diversos autores para as lesões ditas “osteopáticas”, podemos compreender os sintomas de dores à distância relatados pelo paciente e concluir que tais lesões osteopáticas podem originar dor e disfunção não somente no local de sua ocorrência, mas também longe do seu sítio de origem, bastando para isso haver o elo de ligação. Como discutido nesta pesquisa, a osteopatia compreende o corpo humano como uma unicidade, assinalando que a biomecânica é esse elo.
Tal nível de conceituação nos remete à necessidade, como fisioterapeutas manuais, da compreensão dessa biomecânica do corpo humano em todos os níveis que nos forem possíveis, assim como da indivisibilidade desse corpo.
Portanto, concluímos que a eficiência do tratamento se dá através da identificação da causa real da lesão, independente do local assinalado como sintomático; e que a fisioterapia osteopática possui meios próprios e muito eficazes para esse diagnóstico e seu eficaz tratamento.

2 comentários:

  1. A osteopatia é incrível mesmo. O profissional tem que estar habilitado para identificar as patologias e processos patologicos para indicar o melhor tratamento.

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    1. Maísa, obgdo pelo seu comentário.

      De fato, no meu dia-a-dia, sempre me surpreendo com os bons resultados.

      abss

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