terça-feira, 11 de setembro de 2012

O Sacramento do Batismo


Eu e Paulo César andamos muito por ai, né?

Catolicismo no Caminho de Santiago em 1995
Budismo na Tailândia em 1996
Hinduísmo na Índia em 1997, além da benção especial do Satia Sai Baba. (PC, lembra da iniciação num templo em Kajuraho, numa cerimônia a Shiva)
Estudamos um pouco da Teosofia (Blavatsky, Leadbater, Annie Besant e Mestre El Morya)
Depois, na China, a Medicina Chinesa, que pra mim é um verdadeiro sacerdócio!
no Brasil, abracei o Espiritismo na Alma e no Coração

Então, qdo me perguntam porque eu quero batizar meu filho na Igreja, pra não ser malcriado vou colocar esse excelente resumo abaixo, que, quem dera fosse  de minha autoria, pelo brilhantismo:


 Enviado por Mauricio em dom, 06/05/2012 - 23:45




Nos últimos meses pesquisei bastante, por razões pessoais, sobre o que exatamente representa o batismo. Vou compartilhar aqui as informações que reuní. Isso pode ajudar outras pessoas a decidirem, por exemplo, quando, onde e se desejam batizar seus filhos.
Podemos começar pela definição do que é um sacramento. Segundo Leadbeater, no livro "A Gnose Cristã", um sacramento é:
Um sinal externo e visível de uma graça interior e espiritual dada a nós, conferida pelo próprio Cristo, como um meio pelo qual recebemos a mesma, e uma garantia para assegurar-nos disso.
Vemos aqui, de uma forma um pouco vaga, que um sacramento é uma forma de receber uma "graça espiritual". Annie Besant, ao falar dos sacramentos no livro "Cristianismo Esotérico" nos dá mais alguns detalhes:
As características peculiares de um Sacramento residem em duas de suas propriedades: primeiramente, a cerimônia exotérica, que é uma alegoria. (...) A segunda característica de um Sacramento liga-se aos fatos do mundo invisível e pertence à ciência oculta. O oficiante deve possuir esses conhecimentos, porque do seu saber depende, em grande parte, senão completamente, a eficácia do Sacramento, cuja finalidade é estabelecer um laço entre o mundo material e as regiões invisíveis.
E falando especificamente do batismo, ela diz:
No batismo da criança, a energia espiritual dada à água pela "Fórmula" e pelo "Sinal" reforça a espiritualidade da criança. A "Fórmula" é novamente pronunciada sobre a criança e o "Sinal" feito na fronte. Vibrações novas fazem-se sentir nos seus corpos sutis; e a invocação para proteger a vida assim santificada propaga-se no mundo invisível.
Nesses trechos vemos mais detalhes. Primeiramente, ela separa o sacramento em seus aspectos exotéricos e esotéricos. A parte exotérica é uma alegoria, e não segue necessariamente regras rígidas de execução. Porém, é dito que o sucesso do sacramento depende do conhecimento dos aspectos esotéricos por parte do oficiante.
Em outras partes desse livro, Besant nos diz que todo sacramento é definido por uma "fórmula de autoridade" e um "sinal de autoridade", além de utilizar alguma substância para simbolizar a graça conferida. As palavras pronunciadas evocam determinadas energias, os gestos indicam a direção imposta às energias, e a substância, magnetizada, auxilia na transmissão da graça. Além disso, é essencial uma determinada postura mental, sem a qual o sacramento não pode ser concluído com sucesso. No caso do batismo, exemplos de sinais e fórmulas de autoridade são o sinal da cruz e as palavras que o acompanham.
Cabe aqui reforçar o quanto é importante o conhecimento e o comprometimento do oficiante com o sacramento: a escolha de quem realizará o batismo é de suma importância, e na medida do possível, não deve ser deixada ao acaso. Mesmo não conhecendo os detalhes do ritual e sem saber como avaliar o quão "corretamente" ele está sendo executado, é útil assistir a algum batismo realizado pelo sacerdote que está sendo cogitado, e prestar atenção à tônica geral do evento, assim como a postura do oficiante. Não é muito, mas já é alguma coisa.
É interessante buscar entender que forças estão agindo na criança no início de sua vida, para ter uma idéia de qual é o "cenário" no qual o batismo irá atuar. Leadbeater nos dá uma explicação bastante clara no livro "A Ciência dos Sacramentos":
Que fatores influenciam a criança recém-nascida? Primeiro, existe o que é chamado pelos estudantes de elemental cármico, o que requer algumas explicações para aqueles que não estão familiarizados com o processo de renascimento. No fim de cada vida é feito um balanço de contas, e uma forma é construída em matéria etérica que representa o tipo de corpo que o homem fez por merecer em sua próxima aventura sobre a Terra. Quando ele retorna, esta forma é vivificada por um espírito da natureza e se torna o molde sobre o qual o novo corpo físico da criança é construído; isso é o resultado de suas ações em sua vida anterior, e aquele espírito da natureza é a principal força em meio as que estão modelando-o. Em segundo lugar, a própria alma está tentando descobrir o que pode fazer com seus novos veículos - para tomar o controle deles tão logo seja possível; mas ela normalmente não é um fator preponderante nos estágios iniciais, porque tem dificuldades em manter contato com o novo corpo. Ela faz isso gradualmente, e supõe-se que conclui esse processo em torno de sete anos. Em alguns casos isso pode ocorrer antes; mas algumas vezes ela parece nunca assumir completamente o controle, ou ao menos não até uma idade avançada. Estes são os dois principais fatores, mas existem outras forças subjetivas em jogo; por exemplo, o pensamento da mãe tem um efeito imenso sobre os veículos da criança, tanto antes quanto depois do nascimento.
Outros detalhes interessantes são trazidos à tona no livro "O Corpo Causal e o Ego", de Arthur Powell, e servem de introdução ao efeito que o batismo possui sobre a criança:
É de grande importância para a criança, obviamente, que tudo quanto seja possível venha a ser feito para sufocar os germes do mal e encorajar os do bem; é a esse fim, especialmente, que se destina o sacramento do batismo. A água usada é magnetizada, com intenção especial de levar o efeito de suas vibrações para os veículos superiores, de forma que todos os germes de boas qualidades, nos corpos ainda não formados da criança - seus corpos astral e mental -, possam receber um forte estímulo, enquanto ao mesmo tempo os germes do mal possam ser isolados e mortos.
Os germes do mal citados aqui são o que Blavatsky chamou de skandhas, e representam as qualidades materiais, sensações, idéias abstratas, tendências e outras características que trazemos de outras encarnações. Blavatsky coloca, de forma bastante interessante, que Kama nos aguarda no limiar do devachan com seu exército de skandhas, no momento em que emergimos dali para uma nova encarnação. Essa colocação remete ao fato de que durante nossa estada no devachan não somos afetados pelas características correspondentes aos skandhas, pois estas são reflexos de uma matéria mais densa do que a do plano devachânico. Essas características, contudo, estão armazenadas em nossos átomos permanentes, e tornam-se novamente ativas a partir do momento que é construído um novo veículo para a personalidade.
Leadbeater, em seu livro "A Ciência dos Sacramentos", faz outras considerações a esse respeito:
Vemos disso que a Igreja encontra a alma tão logo ela adentra seu novo conjunto de veículos, e oferece-lhe boas vindas e assistência. Que ajuda pode ser dada a uma alma quando ela chega a um novo corpo físico? Lembre-se, nós não podemos alcançar a alma propriamente dita; estamos lidando com veículos no plano físico. O que a alma mais precisa é colocar esse novo conjunto de veículos em ordem, de forma que possa trabalhar através deles. Ela vem carregada com os resultados de suas vidas passadas, o que significa que ela tem dentro de si as sementes das boas qualidades, e também as sementes de qualidades ruins. Estas sementes do mal são frequentemente chamadas de "pecado original", e conectadas erroneamente com as ações da fábula de Adão e Eva. Isso é uma mera distorção do fato que cada alma traz consigo suas próprias qualidades, algumas boas, algumas ruins, e algumas definitivamente más, de acordo com suas vidas passadas.
Obviamente a obrigação dos pais ou guardiões da criança é fazer tudo que puderem para estimular os bons germes e congelar ou destruir aqueles que são ruins, não dando a eles nenhuma forma de encorajamento. O estudante da vida interna entenderá que o desenvolvimento dessas qualidades depende grandemente do meio que circunda a criança. Se ela está cercada de amor e gentileza, o amor e gentileza que existem nela será trazido a tona e desenvolvido. Se, ao contrário, ela encontra vibrações de raiva e irritabilidade, existindo traços de germes dessa natureza (como quase com certeza existirão), eles serão trazidos a tona e desenvolvidos; e faz uma enorme diferenca para essa vida qual conjunto de vibrações é colocado em movimento primeiro.
Mas como esse fortalecimento das características positivas e diminuição de intensidade das características negativas é obtido? Leadbeater nos fala, de forma semelhante a Powell, que a água utilizada no batismo é usada como ferramenta para este fim:
O Sacramento do Batismo é construído especialmente para lidar com essa situação. A água usada é magnetizada com uma atenção especial ao efeito de suas vibrações sobre os veículos superiores, de forma que todos os germes de boas qualidades no corpo astral e mental ainda não formados da criança possa receber um forte estímulo, enquanto ao mesmo tempo os germes do mal possam ser isolados e enfraquecidos. A idéia central é usar essa oportunidade para fortalecer os bons germes, de forma que seu desenvolvimento preceda o dos germes ruins - de forma que mais tarde, quando estes comecem a dar frutos, os bons já estejam tão desenvolvidos que o controle do mal será comparativamente mais fácil.
Arthur Powell complementa isso de forma bastante didática:
Ademais, e mais especificamente, a cerimônia batismal tem a inteção de abrir os chakras, ou centros de força, e levá-los a um movimento mais rápido.
Ou seja, ele aumenta o padrão vibratório de nossos chakras, nos protegendo, dessa forma, de uma série de influências menos positivas, além de nos dar condições melhores para iniciar o desenvolvimento do corpo que será usado no trabalho a que o Ego se propôs.
Ao nascer, os chakras superiores de uma criança são pouco desenvolvidos, possuindo um movimento lento e brilhando fracamente. O batismo coloca esses chakras em movimento muito mais rapidamente do que ocorreria naturalmente. Pode-se dizer que esses chakras são abertos de forma semelhante aos olhos de um gato no escuro, ou mais apropriadamente, ao diafragma de uma câmera. Essa expansão ocorre para que as energias que serão transmitidas à criança possam fluir mais prontamente; de outra forma elas abririam caminho de forma violenta, trazendo um stress desnecessário ao corpo do bebê.
Este é um lado do batismo. Existe um outro aspecto, além do aumento do padrão vibratório dos chakras e do fortalecimento dos veiculos superiores. Ele é uma consagração do novo conjunto de veículos visando a verdadeira expressão da alma, e o serviço à Grande Fraternidade Branca, e quando a cerimônia é conduzida apropriadamente e de forma inteligente, não há dúvidas de que seu efeito é poderoso. Ele é, portanto, algo que podemos chamar de um ato de magia branca, produzindo efeitos definidos que afetam toda a vida futura da criança.
Um outro fator bastante interessante vêm da crença de que somos presenteados com um anjo da guarda na ocasião de nosso batismo. Voltando ao livro "A Ciência dos Sacramentos", vemos que
A alma, então, está tentando influenciar os veículos na direção correta da melhor forma que pode. O Sacramento do Batismo coloca outra força em atividade a seu lado. É frequentemente dito pelos católicos que no batismo um anjo da guarda é dado à criança. E isso ocorre, embora talvez não exatamente da forma que é geralmente entendida; mas esse é um bonito símbolo do que acontece na realidade, porque no batismo uma nova forma-pensamento ou elemental artificial é construída, e preenchida pela força divina, e também vivificada por um elevado tipo de espírito da natureza chamado silfo. Ela permanece com a criança como um fator positivo; então para todos os propósitos ela é um anjo da guarda. Através de trabalhos como esse o espírito da natureza se individualiza, e torna-se um serafim - através de sua associação com uma forma-pensamento permeada pela vida e pensamento do próprio Chefe da Igreja.
A construção dessa forma-pensamento tem lugar após a abertura dos chakras citada mais acima, e se dá através da combinação do uso do óleo magnetizado, das palavras empregadas e do firme propósito do oficiante. Este é um ponto do ritual onde o conhecimento do oficiante, seu comprometimento e sua atenção com o ritual é importante. A realização mecânica dessa parte do ritual não deixa de criar a forma-pensamento, porém a força e efeito desta será menor do que poderia ser.
Após a construção da forma pensamento, é utilizada a água consagrada para canalizar a tripla força espiritual. A água deve ser derramada sobre a cabeça da criança três vezes, em forma de uma cruz, tomando cuidado de que parte dela chegue também à sua fronte, enquanto se pronunciam as palavras "eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém".
Este "despejar das forças" é o batismo propriamente dito. Para isto, duas coisas são necessárias: a água magnetizada, e o uso correto das palavras. Existe uma razão para isso: como não temos acesso direto a alma, usamos a água para colocar em violenta vibração a parte etérica do corpo físico da criança, estimulando o cérebro, e pelo corpo pituitário afetamos o corpo astral, que por sua vez afeta o corpo mental. A força desce através da água e sobe novamente através de nossos corpos, por assim dizer. Segue-se a invocação das três pessoas da Trindade, evocando essa força tripla e fazendo-a atuar sobre nossos princípios superiores.
Mesmo que - e talvez especialmente se - a criança esteja correndo risco de vida, o batismo pode trazer grandes benefícios. Leadbeater nos diz ser bastante possível que os "germes do mal" contidos no recém-construído conjunto de corpos utilizado pela criança se desenvolvam no plano astral. Com o batismo, não só diminuímos essa possibilidade como criamos uma chance melhor de que a criança consiga desenvolver alguns dos "bons germes", e ao fim de sua vida astral carregue um conjunto mais favorável de skandhas para sua próxima encarnação.
Resta ainda falar a respeito do papel dos padrinhos no batismo. Deixando de lado "compromissos sociais" - como o compromisso de cuidar da educação da criança na ausência dos pais - pouco é dito a esse respeito. Vemos no livro "A Ciência dos Sacramentos" que os padrinhos são responsáveis por tão logo a criança tenha idade para compreender, lhe ensinarem a "lei do amor divino". Temos um retrato bastante preciso dessa lei no mandamento "amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo". E tão logo a criança possa usufruir disso, os padrinhos devem também criar a oportunidade para que seja feita a confirmação do batismo (crisma). Existem pontos do ritual de batismo que são feitos com o auxílio dos padrinhos, mas nenhum significado esotérico é dado a essa participação. Minha conclusão foi que os padrinhos simplesmente não fazem diferença no que diz respeito aos aspectos esotéricos do batismo, embora isso certamente não diminua a importância do papel que desempenham - seja ele puramente "social" ou não.
De qualquer forma, Leadbeater e Blavatsky concordam em considerar as crenças comuns de que os padrinhos "assumem para si os pecados da criança" até que ela se torne responsável simplesmente absurda. Blavatsky nos ensina que nada nem ninguém pode impedir que nossas ações tenham as consequências cármicas criadas por elas. A teosofia chega a dizer que não é saudável orar, se a oração é o pedido de intervenção divina com a finalidade de nos "libertar" das experiências cármicas construídas por nós. Um teosofista, diz Blavatsky, age, construindo seu futuro com base em suas ações no presente, em lugar de pedir que alguém o faça em seu lugar.
Com isso, temos uma visão suficientemente ampla do que representa o batismo. Muito ainda existe a ser dito, mas àqueles que se interessem, recomendo a leitura dos livros citados.
Para encerrar, vou colocar um último trecho do livro "A Ciência dos Sacramentos".
Um sacramento não é uma panacéia mágica. Ele não pode alterar a disposição de um homem, mas pode ajudar a tornar seus veículos mais fáceis de manusear. Ele não transforma repentinamento um demônio em um anjo, ou um homem ruim em um bom, mas certamente dá ao homem uma chance melhor. E é isto precisamente que o batismo pretende fazer, e esse é o limite de seu poder.

Um comentário:

  1. Maravilhoso texto! Terei tudo isso em mente quando chegar a vez do Miguelito. E achei muito interessante, nem me lembrava disso, da participação dos elementais no momento sacramental, preciso retomar certas leituras. Coincidentemente, minhas brincadeiras com o Nico (afilhado 1) sempre trazem à cena o mundo dos elementais, ele fica fascinado, he he he Namastê!

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