Você nunca teve a curiosidade sobre o que teria dito Jesus, com cerca de 12 anos, que teria deixado os sacerdotes de Jerusalém boquiabertos e muito nervosos?
Pois no belíssimo livro: Maria de Nazaré
psicografia de João Nunes Maia (por Miramez), você vai encontrar a verdadeira história de Maria, mãe de Jesus, além da infância de Jesus com os Essênios e o início de sua obra, que mudou a história do mundo!
Será que você tem coragem de ler essa obra por completo, deixando os preconceitos de lado para poder absorver esses conhecimentos?
Pois quem tem olhos pra ver e ouvidos para ouvir...que siga em frente!
Vai valer muita à pena!
Maria de Nazaré
Este livro nos apresenta a história de uma grande alma: Maria de Nazaré, espírito de alta hierarquia espiritual, cuja pureza de sentimentos escapa à nossa compreensão. Além de contar a trajetória de Maria, Miramez nos oferece lições sobre trabalho,mediunidade, solidariedade, disciplina, dentre outros importantes temas, para nos esclarecer pontos obscuros da história do nascimento de Jesus.
Maia, João Nunes (autor)
Miramez (Espírito)
Romance - 488 págs. - 16x23 cm
Fonte Viva - Livro- - Espírita - Cód. 7146
Vamos juntos?
...O jovem Jesus foi cercado pelos doutores da lei e por muitos curiosos, para responder a determinadas perguntas, sem que tivesse os pais para ajudá-lo. Esses já haviam seguido caminho, pensando que Jesus certamente os acompanharia, mas o Messias ficou, premido pelas necessidades espirituais e por estar servindo à grande causa de esclarecimento, fazendo os sacerdotes conhecerem a verdade, aquela de que ele seria o instrumento de Deus.
Assim, deu-se início aos questionamentos, quando um dos sacerdotes perguntou:
- Sendo tu o Messias prometido, o que achas da nossa festa das bençãos de Deus nesta casa?
Jesus, tranquilo, sentado em um dos relevos que as mãos de um artista trabalharam para embelezar mais a escadaria do templo, respondeu com benevolência:
- Mesmo para configurar como festa humana, há muitas restrições a fazer. A cada movimentação que fizerdes, atraindo milhares de pessoas, com a finalidade de mostrar as coisas de Deus, estareis distanciando os homens do Senhor. Divulga-se uma lei moral para as criaturas, de modo que não faltem a este ato religioso. E quanto mais gente vem, mais aparece a miséria, as brigas em caminho, a discórdia em família e a fome aumenta cada vez mais no seio da sociedade...
O templo e os seus representantes, como sendo de Deus, sentem-se glorificados pelo que receberam, enriquecendo-se cada vez mais e empobrecendo aqueles que no templo de Moisés já eram escravos. A escravidão continua, pela opressão dos poderosos. A religião surgiu no mundo como instrumento da Luz, para mostrar aos homens que a vida não perece com o corpo, pela morte deste e, ainda mais, que ela deve ajudar a educar as criaturas para uma vida reta e para a mudança de costumes errôneos. Devemos seguir os nossos ancestrais, mas somente na boa conduta, fazendo desaparecer os atos impróprios, que não condizem com os tempos modernos.
Falais que os animais são mortos pela vontade de Deus...Porém, bem sabeis que existem muitos falsos deuses, que guiam principalmente os ignorantes e os que alimentam interesse pessoal. Deveis procurar analisar esse deus que manda matar, destruindo vidas sem nenhum objetivo e observar se esse pode ser o Deus de justiça e de misericórdia!
As bençãos do Deus verdadeiro devem endereçar-se às criaturas sofredores e não a templos de pedra. Notai que essas festas são comandadas pelas trevas, por fazerem tudo contrário ao que a consciência em Deus manda! Se quereis testar a minha procedência, podeis fazê-lo, mas eu vos peço que não abandoneis a sinceridade e que useis a razão. Não condenais o que desconheceis! Afastai dos vossos caminhos o interesse de posse e do poder pessoal, colocando-vos no lugar de quem está sendo espoliado, apedrejado e morto. Eu vim da parte de Deus e ele me deu um recurso indestrutível: o verbo abençoado, cheio de graça, daquele que comanda todo o universo!
Os sacerdotes começavam a irritar-se diante do que ouviram, mas um deles, talvez o mais matreiro, passou à frente, dizendo:
- Não vos irriteis! Deixai que ele se destrua pela própria língua! Deixai que ele fale, porque se calar, como poderemos condená-lo?
E o segundo sacerdote formulou outra pergunta:
- Então achas errado a cobrança do dízimo, pelos nossos ancestrais, que tanto respeitamos e amamos? Vieste destruir a lei antiga?
Jesus, olhando serenamente para os sacerdotes e muitos curiosos que ali se postavam, respondeu sem embaraço:
- Não sou contra a cobrança do dízimo! Somente não acho conveniente a cobrança do dízimo às pessoas pobres, que já sofrem o peso do desconforto e da fome, da injustiça e da opressão. E o que lhes resta do trabalho de cada dia lhes será tomado, o que é pior, em forma de imposto religioso, encaminhando esses bens para onde não é necessário, para quem já é agraciado pela posição e pelo poder que tem. Será que a consciência de quem recebe ficará tranquila? Ou quem recebe não tem consciência? Sendo Deus todo bondade, justiça e amor, como mandaria Moisés libertar seus filhos da Casa de Servidão, enviando seus anjos mais qualificados para ajudarem na retirada de seu povo, para depois escravizá-lo de novo, com leis que desrespeitam os direitos humanos, leis que contradizem os próprios mandamentos, registrados nas Tábuas da Lei? Falta apenas um pouco de raciocínio, e não necessariamente a presença dos anjos, para compreenderdes melhor o que fazeis!...
É importante que compreendais que eu não vim destruir a lei antiga, mas ampliar a sua feição para as novas gerações. Uma árvore não fica o tempo todo no mesmo tamanho; ela cresce. Assim são os homens... E quando crescem, precisam de outros alimentos, de substâncias condizentes com seu porte. O povo de hoje não é o povo de ontem, nas suas necessidades e nem o de amanhã poderá ser o de hoje, na área do saber... Por que continuarmos a dar somente leite aos adultos?...
Deus não mandaria seu Filho, o Messias prometido, para o mundo, ainda mais este mundo de escândalos, para ajudar os homens a escandalizar! Eu vim com uma finalidade precípua de despertar as criaturas, de ajudá-las a caminhar para a sua própria felicidade e, para tanto, tenho de contrariar a muitos. Vou entregar-me à luta e esta luta vai me pedir a própria vida e se for conveniente e bom para a humanidade a darei, para que a verdade brilhe como o sol!
Esperais um Messias para compactuar convosco e somente defender os judeus. Certamente que vão aparecer muitos, mas todos falsos, porque vos ombreais na falsidade de princípios e persistis em defender normas erradas! Não estou aqui para defender sentimentos e melindres de quem quer que seja; vim como pastor e, nesse sentido, defender todas as ovelhas que meu Pai me entregou. Quando preciso, deverei usar energia e quando necessário, todo carinho que o meu coração conseguir doar, como motivo de esperança!...
Jesus estava cercado por um campo de forças espirituais, à vista dos Espíritos. Ninguém tinha disposição de tocá-lo. Três estrelas, já identificadas em capítulos anteriores, impediam as vibrações que vinham da fúria sacerdotal, que se queimavam antes de chegar nele, pela defesa magnética. Paralelamente, ali se postavam muitos essênios, no silêncio que pediam sua formação espiritual, ajudando ao jovem grande Mestre, no que podiam.
O terceiro agente do templo inquiriu a Jesus, no seguinte tema:
- Se vieste para mudar o que dizes que deve ser mudado, não temes as reações naturais dos que estão no comando das orientações atuais? Como modificar o que já está concretizado pelos nossos ancestrais e a que nosso povo obedece cegamente? Qual o modo que usarás para essas mudanças?
O Messias, revestido de Luz, respondeu com benevolência:
- O meu Pai me enviou, para que tudo fosse restaurado, obedecendo às leis estabelecidas por ele, respeitando a posição espiritual de cada povo e de cada criatura. Assim como as idéias novas levam tempo para serem aceitas, os velhos hábitos deverão levar o mesmo tempo, pra sair dos homens. Mas, na verdade vos digo, que nada fica sem movimento na criação; tudo passa avançando, de modo que cada dia nos mostra feições diferentes em cada coisa ou alma. Quem quiser ficar parado, homens ou ideais políticos e religiosos, cria uma ilusão, apesar de a própria ilusão obedecer ao seu significado: ela logo desaparece, por lei universal criada por Deus.
Observai a decadência de certos países e a ascensão de outros, que depois entram no mesmo processo de mudança, porque a maioria dos homens no poder não desejam modificações que lhes exigem renúncias em favor da coletividade! Porém, eles são tirados à força de onde comandam, por comandarem errado e em benefício próprio. A lei de Deus é lei que não pede aprovação dos homens!...
Não matastes muitos profetas? Eles tentaram mudar alguma coisa. E se não houver mudanças, ireis matar muitos ainda, porque dormis em cama quente em época de frio, não cedendo lugar para quem passa o rigor do inverno, nem mesmo debaixo do catre. Falta aos homens que dirigem os países e religiões, uma disposição que se chama renúncia, que nasce do amor.
Os vossos ancestrais, que muito respeitamos pela coragem e pelo trabalho que realizarem, não estão sendo seguidos no aspecto do interesse material dos seus descendentes! Moisés, como exemplo, não tinha moradia certa, nem possuía ouro ou prata, nem palácios; os demais profetas viviam do suor do rosto, comendo o pão pelo esforço de cada dia! Por que não fazeis o mesmo? Por que não copiais essas vidas em sua nobreza grandiosa? O dízimo deveria ser para manter desamparados. No entanto, os que o recolhem do povo, somente pensam em suas conveniências, que não são propriamente necessidades e sim, vícios e hábitos desnecessários. Quem dirige esqueceu-se de trabalhar para si mesmo e vice às custas dos outros! Isso é muito perigoso, porque poderá germinar como árvore poder para as futuras gerações e cada um será responsabilizado pelas conseqüências de seu comportamento.
O povo lhe obedece cegamente, porque são crianças em aprendizado e quem dirige, como pais, deve dirigir bem. Vede o que fazeis em vossas casas, onde morais com mulher e filhos! Fazei isso também aos outros, aos que sofrem de tudo que nunca sofrestes: nudez, fome e relento; injustiça e trabalho forçado por muitas circunstâncias. Quem se coloca no lugar do necessitado, sabe melhor como cuidar dele!
O quarto sacerdote tomou a frente, meio irritado e argumentou decidido:
- Então queres que desaparece a classe sacerdotal? E quem vai guiar o povo para as coisas de Deus? Se devemos trabalhar para nos manter, não teremos tempo para cuidar do povo. Que dizeis sobre isso?
Jesus, compreendendo a intenção do sacerdote, respondeu com sabedoria:
- Não vim destruir o que está feito, apenas modificar o errado. Podeis usar o mesmo templo que respeitamos, vestir os paramentos de sacerdotes; se quiserdes, podeis constituir famílias, estudar nas escolas que forem de vossa conveniência e demais requisitos que a consciência em Deus aprovar, mas não deveis vos esquecer dos compromissos de justiça e de amor, assumidos com o nosso Pai que está nos céus.
Qual o verdadeiro dever do pastor de um rebanho? Todos sabem que é amparar e vigiar e levá-lo para os lugares onde haja boas pastagens e, sobretudo, ter carinho para com todas as ovelhas, para que elas reconheçam o pastor e lhe retribuam a dedicação.
Os sacerdotes poderão permanecer, necessários que são, na nobre missão de conduzir homens pela senda da evolução espiritual. Mas é imperioso que modifiquem as atitudes que não são condizentes com os cargos que ocupam na Casa de Deus. Se trocásseis de posição com os sofredores, os pobres e os que trabalham e sol a sol todos os dias, já cansados e velhos e, por vezes, doentes, que diríeis sobre os sacerdotes, com a vida que levais, somente exigindo do povo, sem nada doar de si mesmos? Até as roupas que vestis são trabalhadas pelas mãos femininas na escola do templo! De nada sabeis o preço, a não ser alguns, que já encontraram a luz no coração e que vós conheceis, que não vivem do templo e conhecem o sabor do sacrifício, além de mostrarem as mãos calejadas no dever de cada dia. Esses companheiros exemplificam o que deve ser feito, como testemunhas de vida reta e de consciência pura!
O povo afluía em massa para ouvi-lo. Os sacerdotes estavam impacientes com as suas respostas e outro o interrogou em seguida:
- Como vamos deixar de receber ordens da direção maior do nosso templo, para ouvir uma criança que ainda não cresceu, que desconhece a vida e não pode ser ela mesma por lhe faltar idade?
O filho de Maria de Nazaré, sem se perturbar, falou com ponderação:
- Deus mostra aos homens que toda a sabedoria vem dele e confunde os próprios sábios humanos, pela boca de uma criança. Mas, deixa-lhes a razão livre, para observar o certo e o errado. Não tendes razão? Não sois os juízes? Por que não analisar o que escutais? Na ação da justiça, não vos esqueçais... Se é que quereis o bem da coletividade, nada façais a ela que não quereis para vós mesmos. O pai renuncia a tudo de bom em favor do filho; por que não fazeis o mesmo? Nós pedimos todos os dias a Deus para nos ajudar e quando ele manda ajuda que requer sacrifício da nossa parte, recusamos...
A idade que contais é a do mundo e a minha idade é do céu... Eu já conhecia todas as leis, antes de vós vos apossardes dos cargos que ocupais. Estou falando às vossas consciências livre de interesses passageiros e de regras humanas, para que possais despertar para a verdade. Deus sabe usar os meios lícitos de falar com todos os seus filhos em caminho. Vós bem sabeis o que acontece com os filhos rebeldes: é o mesmo que ocorre com os potros que não aceitam disciplinas, ao boi que foge do carreiro, em que o vaqueiro o conduz, ou a vaca que dá coice na vasilha onde o leite está sendo recolhido...
Vós sois pastores de almas e deveis saber o que deve ser feito, que caminho deve ser trilhado, para que não sejais apanhados pelo Senhor na indisciplina. Não estou querendo traçar regras para um ministério, mas mostrar a esse ministério que nem sempre devemos seguir os critérios dos nossos ancestrais, porque o tempo deles já passou e estamos vivendo em outro que nos pede mudanças, para que o bem seja dinâmico e se faça justiça, dando a cada um segundo as suas necessidades!
Não estou aqui para ferir alguém nem desejando algo do que possuís. Só peço atenção, porque tudo o que falo, ouvi da parte de meu Pai que está nos céus e ele tem pressa que ouçais a minha palavra. Se endurecerdes o coração e não me ouvirdes, descerá sobre vós o juiz implacável que é a dor e cobrará ceitil por ceitil as vossas displicências! Sou cordato e tenho amor e desejo para todos muita paz. Não preciso, para viver, das dádivas dos templos, nem de acordos políticos! Se o meu Pai me enviou para a sua vinha na Terra, ele sabe o alimento que me é comum, como faz com os pássaros e os peixes. A criança que vos fala, fala coma sabedoria daquele que tudo fez!...
Jesus levantou-se e foi saindo, por ter falado o suficiente. A multidão o seguiu, e os sacerdotes saíram furiosos, sem que pudessem reagir com aquele menino atrevido, por querer modificar as leis aprovadas em um templo, qual o de Jerusalém. "Isso não podia ficar assim...", pensavam.
Os essênios davam-lhe toda a cobertura, na presença e na assistência espiritual. E Jesus foi levado pelos seus amigos para lugar desconhecido, de maneira que o povo não pudesse atormentá-lo.
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